Este país que dança
No dia Mundial da Dança, o RASCUNHO oferece os pergaminhos de um guia do que melhor se faz na dança contemporânea em Portugal. Mesmo que não se sinta perdido entre tantos nomes de qualidade, recomendamos que considere testar esta nossa bússola.
A 29 de Abril celebra-se o Dia Internacional da Dança, uma data «criada» nos anos 80 pela UNESCO visando realçar a importância desta actividade entre nós, seres de carne e osso, públicos e «dançadores» em geral. A razão da escolha do dia de hoje como dia da dança é uma homenagem ao aniversário do bailarino Jean-Jacques Noverre, que no século XVIII estabelecera uma metodologia que configurou a dança cénica como forma de arte independente, ainda que a autonomia como linguagem demorasse cerca de dois séculos a começar a ser estabelecida.
E cá estamos nós no ano de 2009, olhando para a dança em todos os lados, nas ruas, nas boates, nas festas tradicionais, nos pátios escolares, na televisão, nos videoclipes, nos concertos e espectáculos... Mas e a tal dança cénica, aquele recorte deste território da cultura que se presta a testemunhar as temporalidades dessa cultura que a gera?
Será que a informação que se tem sobre esta dança é coerente com a actualidade?
Já não é possível ler dança numa tela de ecrã e pensar em bailarinas que flutuam enquanto os nossos corpos se mantêm erectos através do movimento orgânico da nossa estrutura a opor-se à gravidade; e nossos dedos articulam-se velozmente percorrendo nos teclados um mapa que desceu do cérebro coluna abaixo, atravessando braço até chegar aos dígitos.
Por isso a ideia de um especial para este dia, para aliar nossos corpos tão motores à poética que esse próprio movimento vital é capaz de produzir. E comunicar. Bem-vindos a dança contemporânea. Ao pensamento advindo de corpos portugueses, ou de corpos «n's» em terras portuguesas.
A proposta que tínhamos em mente era mapear os criadores de dança contemporânea em actividade e montar uma cartografia dessa actividade em Portugal. Entretanto, as informações ainda circulam timidamente, e provavelmente não conseguimos percorrer todas as estradas. Assim sendo, apresentámos um inventário «in progress» deste país que dança. Uma dança que não é só entretenimento, fruição, replicação de modelos. O corpo em movimento tem os sentidos operando o tempo todo, produzindo conhecimento. E quando estas ideias do corpo formam frases, constroem textos, discursos, reflexões, só se pode estar dançando...
Rumo do Fumo (Lisboa)| Miguel Pereira e Vera Mantero
RE.al (Lisboa) | João Fiadeiro, Tiago Guedes/Materiais Diversos, Cl...
Ana Borralho e João Galante (Lisboa)
Paulo Ribeiro (Viseu)
EIRA 33 (Lisboa) | Francisco Camacho
Mário Afonso (Lisboa)
NU KRE BAI NA BU ONDA (Cova da Moura) | Filipa Francisco
Aldara Bizarro (Lisboa) | Jangada de Pedra
Bomba Suicida (Lisboa) | Tânia Carvalho, Luís Guerra, Filipe Viegas...
Clara Andermatt (Lisboa)
Olga Roriz (Lisboa)
Madalena Victorino (Lisboa)
Victor Hugo Pontes (Braga)
balleteatro (Porto)
Joana Providência (Braga/ Porto)
Rui Horta (Montemor-o-Novo)
Dançando com a Diferença (Madeira)
Companhias de dança rumam à descentralização
Iniciativas: Semear e experimentar a dança contemporânea
Coordenação: Paula Petreca; Textos: Catarina Rebelo (CR), Cristina Guedes (CG), Daniela Teles DT), José Luís Costa (JLC), Paula Petreca (PP) e Sílvio Mendes (SM)
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