Neuronios Espelhos para o Espaco de assitir uma danca.

A identificação entre os seres humanos

Durante a aula da professora Gilsamara Moura, aconteceu se descobriu para mim um novo conhecimento cientifico que definitivamente explica (de certa forma) muitas questões humanas sobre nosso jeito de relacionarmos com os outros humanos. Este descobrimento foi o de os neurônios Espelho, umas células cerebrais altamente sofisticadas e evoluídas. Segundo estes novos neurocientistas as células espelho conformam uma parte do cérebro que se ativa quando, a partir dos sentidos, percebemos alguém se movimentando, sentindo, o reagindo a determinado impulso, y a nossa reação é de imitação á aquilo que está acontecendo na outra pessoa. Assim nosso cérebro identifica este movimento y começa a funcionar para repetir esta ação ou sensação. Um exemplo é o que acontece com o bocejo; quando alguém na rua começa a bocejar, as demais pessoas que olharam essa ação começam inevitavelmente a bocejar também. Esta reação se deve a essas células que ficaram ativados nesse momento. Do mesmo modo se contagia o riso, o choro, e alias os movimentos. Aparentemente os neurônios espelhos têm uma sofisticação devida ás complexas relações humanas, que permitem perceber não só o movimento o ação física visivelmente quanto também as intenções e emoções que se colocam nas ações.

Em quanto a professora estava falando sobro isso, eu lembrava as milhares de vezes que eu reagia com meu corpo a um alguma parte das obras de dança onde tivessem muitos movimentos. Sim querer começava a tentar fazer no meu cérebro estas ações, e então quando Gilzamara disse sobre estas células tudo para mim agora tinha sentido. Efetivamente os seres humanos procuramos nos identificarmos com o que estamos assistindo e nosso cérebro está então constantemente no ato de olhar, agindo de forma constante, para acompanhar e vivenciar no nosso próprio corpo isso que estamos observando. Mas esta atitude segundo o cientista envolvido na pesquisa chamado Giacomo Rizzolatti, "Os neurônios-espelho nos permitem captar a mente dos outros não por meio do raciocínio conceitual, mas pela simulação direta. Sentindo e não pensando."

Em alguns artigos da internet explicam que os neurônios espelho se ativam quando fazemos alguma ação o quando á olhamos, nesse sentido funciona como uma identificação duma ação conhecida de alguma maneira para nós. É claro, que todos os seres humanos temos em maior o menor medida a capacidade de sentir e mover no rango que o nosso corpo nos permite, por isso, embora não tenhamos feito de fato, determinado tipo de movimento, nosso registro corporal e sensório fará possível esta identificação e esta simulação da ação no cérebro.

Esta descoberta que aconteceu em 1996, esta mudando muitas idéias sobre como os seres humanos nos relacionamos, mudando muito a idéia de comunicação e de aprendizado, voltando a afirmar as novas teorias de cognição e comunicação onde toda ação é seguida por uma cadeia de outras ações que desenvolve o ato de se comunicar. A partir de essas novas descobertas não é possível falar dessa idéia de que um emissor envia uma mensagem e depois um receptor a recebe e analisa para depois responder, na real, o que acontece é que quando o emissor esta produzindo a mensagem já o receptor esta agindo sobre isto constantemente. Da mesma forma, quando aprendemos não estamos recebendo informação estamos de fato reagindo a isso que está acontecendo constantemente em nosso corpo todo.

No texto sobre Dramaturgia do Corpo de Christine Greiner, está exposta a idéia de que corpo e cognição estão agindo no mesmo espaço temporal deixando fora todos os pensamentos de que as coisas acontecem umas primeiras e outras depois, quanto as idéias de que em algum momento o corpo esta passivo. A descoberta nos neurônios espelho é claramente uma das respostas e justificativas para a comunicação acontecer como acontece.

Quando Greiner afirma que quando assistimos a um espetáculo, pouco importa o tema, nós estamos constantemente procurando o corpo humano, segundo os neurônios espelhos é claro que a razão disto é que procuramos com quem nos sentirmos identificados para poder viver com esta obra o nosso próprio corpo, aprendendo como sente, como pensa, como reage.

A partir deste texto se pode refletir sobre o corpo como ponto central da nossa vida neste espaço-tempo. O assunto de assistir uma dança é praticamente uma sofisticação da necessidade do humano de se perpetuar na espécie, de pensar em como nos podemos continuar nos relacionando de modos inusitados para continuar nos transformando, nos movimentando, nos sentindo. Esta idéia da outra dimensão para a experiência de assistir uma dança. Mesmo que este acontecimento seja pensado em termos de raciocínio como mero entretenimento, estas novas noções de como nos comunicamos, da uma virada a idéia de curtir superficialmente este espaço-tempo.

Agora bem, conjunto a estas afirmações já expostas, chamou a minha atenção a maneira de pensar o corpo como extensão no espaço, mas também como extensão cultural, que aparece no texto de Horizontes do corpo de Denise Bernuzzi, pesando no corpo que um lugar possível para fortalecer os vínculos sociais porque levam neles informação sobre as nossas concepções da estética, história, cultura, ética, física e ciência, em geral um corpo em si contem as noções da humanidade e que então tem o rol de ser o mediador da sociedade.

Neste sentido quando um corpo se apresenta num espaço performático esta carregando em si, todas estas informações ao mesmo tempo em que é capaz, dependendo de como se configura nesse espaço de transformar estas idéias que traz consigo e fazê-las dialogar com novas e revolucionárias informações.

Então si partimos do principio que as configurações com que um corpo se coloca no espaço vão a dar conta da sua cultura e das suas concepções, que a comunicação entre os seres humanos é uma constante reação aos acontecimentos assistidos, e que os corpos vão a tentar de imitar e identificar a traves de seus neurônios espelhos, agindo constantemente ao ambiente, se pode dizer então que a capacidade da dança (entendida como um espaço onde o corpo se manifesta) para transformar a cultura tem um poder que vai mais alem de nossa compreensão puramente racional, dando a experiência do espetáculo de dança uma importância vital para a evolução dos conhecimentos culturais no mundo humano.

Para todas as pessoas que participam na obra, performers e publico, esta experiência se manifesta como um dialogo constante sobre as questões do mundo que preocupam ao seres humanos por esta própria condição de humanos partilhando este mundo.

Por Nirlyn Seijas

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