A questão é: se como dizem sociologos o corpo é resultante da cultura, para cada particularidade cultural se construiria um determinado corpo. E assim dentro de uma determinada cultura se encontrariam traços corporais identitários. Voce reconhece essa identidade enquanto dança, enquanto pesquisa? como essa identidade se apresenta nos seus processos e resultados?

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acho que o corpo é resultante de contaminações, de enfrentamentos.
está sempre em modificação, em estado de transformação.
assim se dá no processo de subjetivação e dessubjetivação.
o corpo como um dispositivo; dispositivo não como equipamento, mas como algo que é capaz de capturar, modelar, remodelar.
entendo esse corpo como o que valéria fala, sobre ser o corpo aqui que se reconhece em tokyo.



jorge schutze dijo:
e voce acha que o corpo ja vem com informações - humores, ou um pré projeto de sua formação? talvez seria o DNA. Se concorda, Que nome voce daria a isso??
OI Aspasia,

Que bom que voce traz "corpo sem órgãos" pra discussão, acho mesmo que somos transformados e transformamos o tempo inteiro, assim somos parte do espaço/tempo que habitamos e tambem o espaço/tempo que habitamos é parde de nós, de novo digo: "processamos e somos processados, recebemos informações e doamos informações o tempo inteiro", então onde estamos, independente do tempo e espaço (leia cultura especifica) determina o estado atual do corpo e os processos decorrentes dessas trocas de informações é que determinam as afinidades, acho eu...então as afinidades, são sempre os fatores determinantes naquele momento pela cultura que se apresenta.
Com isso não abandono a idéia de que o corpo acumula "peles" por processos e experiencias dentro de culturas traçando as "afinidades", que acabam por nos colocar em "bandos" . O que são bandos , se não afinidades que determinam uma série de fatores que faz do Bando uma "tribo", sei que passageira, mas .... nos afinamos ao longo da vida com vários "bandos" né não?


beijos

val

aspasia mariana dijo:
Tomo como minhas as palavras de Valéria e trago um pouco de deleuze e seu corpo sem órgãos, como um corpo - cosmos e um corpo que não pertence aqui nem ali, mas um corpo que tem afinidades com seu habit consequentemente, afinidades com os signos de cada espaço.
Somo ricos numa cultura indiscutivelmente mestiça e possivelmente por isso podemos ver afinidades de todos os lados.
não creio que seja uma diferenciação, mas um corpo pluralizado, simbiótico.
divido uma lembrança:

sempre quando estamos perto de uma mulher grávida, podemos presenciar a mãe conversando com o filho.
sempre escutamos que criança dentro da barriga da mãe escuta.

seria por aí?

aspasia mariana dijo:
acho que o corpo é resultante de contaminações, de enfrentamentos.
está sempre em modificação, em estado de transformação.
assim se dá no processo de subjetivação e dessubjetivação.
o corpo como um dispositivo; dispositivo não como equipamento, mas como algo que é capaz de capturar, modelar, remodelar.
entendo esse corpo como o que valéria fala, sobre ser o corpo aqui que se reconhece em tokyo.



jorge schutze dijo:
e voce acha que o corpo ja vem com informações - humores, ou um pré projeto de sua formação? talvez seria o DNA. Se concorda, Que nome voce daria a isso??
opa! pluralização é vou pensar mais sobre essas ultimas colocações - um corpo que tem afinidades com seu habit consequentemente, afinidades com os signos de cada espaço

isso tambem da um cheque em algumas coisas - tenho que pensar - neuronios!!! neuronios!!

não creio que seja uma diferenciação, mas um corpo pluralizado, simbiótico.
legal...
UUUUIII TA FICANDO BOM DEMAIS ISSO AQUI!!!
vou tentar montar esses textos num unico texto, com toda essa multiautoria, posso?
Acredito que a contrução desse corpo diferenciado nordestino que dança, têm enraizado fortes traços marcados pela cultura e isso inclui também as influências sofridas pela sociedade local.Sou do Piauí, Teresina, e embora eu tenha os mesmos estimulos internos e externos que outros corpos de outras regiões, esse corpo irà responder diferente.
Sou bailarina de uma cia.(CIA. LUZIA AMÉLIA), onde procuramos durante muito tempo, nos reconhecer enquanto grupo contemporâneo, num estado onde os focos são direcionados a dança popular/ folclórica, e esse questionamento que você faz agora, nós também já nos perguntamos.
Agora por exemplo, estamos estreiando um espetáculo que foi nomeado "SANGUE",onde um dos pontos de partida é a identidade, é onde procuramos defender essas particularidades que descobrimos, que é uma marca da cia. já a muito tempo, essa forma diferente de pensar a dança, e contruir um corpo a partir dela.
Gostaria de sugerir uma leitura bastante relevante para esse debate, talvez vc já tenha lido. "CORPO E SUBJETIVIDADE: Estudos Contemporâneos", de Wilton Garcia (org.) Encontrei muitas respostas nesta leitura, existe um artigo "Mapas do corpo, território de identidade" ele nos ajudou a compreender coisas e é com base nesta leitura que eu te respondo. Sim acredito que existe um corpo diferenciado nordestino!. Segundo Garcia "A identidade reclama um território sobre o qual possa expressar sua realização. A identidade não subsiste desterritorializada...Corpo e território são indissociaveis, determinantes de identidade" . Entretanto, não devemos esquecer que o Nordeste, são vários nordestes, existe diferenças culturais enormes do Ceará para o Piauí para Bahia para...enfim é uma diversidade de cultura que reverbera numa infinidade de corpos. Mais essa coisa de ser nordestino é forte e isso está em nossa corporeidade, gestualidade. Adoro poder responder que o nosso corpo nordestino é diferenciado e que existe várias camadas de diferenças dentro dessa diferença. O corpo se faz signo identitário. Não para se fechar, para se reconhecer, se apropriar.
Acredito sim que exista uma identidade em cada um que dança, em voga nessa discussão está a do nordestino. É muita clara essa divergência entre esses corpos que dançam, não podemos ser máquinas de casa níquel, dançar conforme a entrada de moedas, somos corpos que pertencem a um território e possuem uma identidade, seja ela de uma própria região, mas existe sim uma peculiaridade nossa.
É muito boa essa discussão sobre identidade, processos e resultados, pois faço parte de uma cia – Cia Luzia Amélia – em que trabalhamos e estamos nos aprofundando sobre a nossa identidade, sobre essa “piauiensidade”, esse fazer, essa dança piauiense, que está passando por uma transformação, ou melhor, estamos abrindo os olhos para podermos nos aprofundar nesse trabalho de pesquisa que é necessário para que um trabalho seja instigante e ainda mais mediador e inspirador para quem dança e para quem ver que não seja só mais um mero espetáculo de dança contemporânea, está buscando o conhecimento, entender esse processo e mergulhar nisso, o produto final vem... disso temos certeza.
jorge, querido e aí?

você montou o texto a partir dessa nossa conversa?

só vi agora esse seu comentário, perdoe-me.
Fiiquei interessadíssima nessa colaboração de pensares.


jorge schutze dijo:
UUUUIII TA FICANDO BOM DEMAIS ISSO AQUI!!!
vou tentar montar esses textos num unico texto, com toda essa multiautoria, posso?
acho muito delicado falar de territórios quando estes mesmos "territorios" foram passiveis de transito e a partir desses transitos de etnias, consequentemente, transitos culturais, fomos e somos constantemente atravessados por infomações que não são fixas. estamos indo...temos uma prova nas brincadeiras (folguedos) da tradição.
existem sim os roteiros, como num reisado, que existe uma ordem, mas mesmo essa ordem é suscetível a interferencias. não existe uma forma fixa entre os brincantes.
existem signos? existem.
Existe uma pertinência, um subconjunto formado por corpos singulares, criando esse coletivo que pode ser nomeado de forma que se possa ser reconhecido(pertinência).

Drika Monteiro dijo:
Acredito sim que exista uma identidade em cada um que dança, em voga nessa discussão está a do nordestino. É muita clara essa divergência entre esses corpos que dançam, não podemos ser máquinas de casa níquel, dançar conforme a entrada de moedas, somos corpos que pertencem a um território e possuem uma identidade, seja ela de uma própria região, mas existe sim uma peculiaridade nossa.
É muito boa essa discussão sobre identidade, processos e resultados, pois faço parte de uma cia – Cia Luzia Amélia – em que trabalhamos e estamos nos aprofundando sobre a nossa identidade, sobre essa “piauiensidade”, esse fazer, essa dança piauiense, que está passando por uma transformação, ou melhor, estamos abrindo os olhos para podermos nos aprofundar nesse trabalho de pesquisa que é necessário para que um trabalho seja instigante e ainda mais mediador e inspirador para quem dança e para quem ver que não seja só mais um mero espetáculo de dança contemporânea, está buscando o conhecimento, entender esse processo e mergulhar nisso, o produto final vem... disso temos certeza.
não infelismente andei meio atordoado...
mas ainda acho uma ideia digna e coerente...


aspasia mariana dijo:
jorge, querido e aí?

você montou o texto a partir dessa nossa conversa?

só vi agora esse seu comentário, perdoe-me.
Fiiquei interessadíssima nessa colaboração de pensares.


jorge schutze dijo:
UUUUIII TA FICANDO BOM DEMAIS ISSO AQUI!!!
vou tentar montar esses textos num unico texto, com toda essa multiautoria, posso?

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