O convite para participar da nova performance do projeto dinamarquês hello!earth concretizou-se na forma de um processo de co-criação com os artistas Vera Maeder e Jacob Langaa-Sennek, além da poeta e artista visual
Seimi Norregaard e do bailarino israelense-dinamarquês Boaz Barkan.
Tomorrow everything will be different, baseada em troca de mensagens SMS com o público, fez parte do programa de “city walks” do
Metropolis Festival, dedicado a propostas que propiciassem um olhar diferenciado sobre a cidade de Copenhagen através de caminhadas. Na etapa anterior, da qual pude participar como colaborador aqui no Rio, essa nova “lente” já era oferecida ao público. Eu mesmo nunca mais passarei incólume pela Lapa, Praça Tiradentes e trechos da Glória! Por mais que pensasse conhecer tais lugares como carioca que sou, a experiência de convivência e criação na rua é por demais arrebatadora e reveladora de camadas diversas de sensações, aprendizados, realidades. Como não poderia deixar de ser, o processo de criação nas ruas de Copenhagen, quase desertas em comparação às nossas, foi extremamente rico e cheio de nuances imprevisíveis. Apesar do conflito inicial no que diz respeito ao próprio desenvolvimento do sistema de mensagens SMS, que me ofereceu alguns obstáculos a serem transpostos, tudo correu tranquilamente (com suas eventuais doses de tensão e preocupação, é claro!). Na prática, a caminhada que propusemos era composta de duas partes. A primeira era uma introdução, onde o público saía pelas ruas do distrito de Norrebro, guiado por um sistema de mensagens SMS. É importante esclarecer aqui que, além de nós cinco (eu, Vera, Jacob, Seimi e Boaz), outros performers, dentre eles outra brasileira, Candice Didonet, se juntaram à tarefa de descortinar uma nova Copenhagen ao público. Dentre os momentos de interação com os performers, destaco o passeio de tandem (aquela bicicleta para duas pessoas) de olhos fechados usando uma fantasia de coelho; o chá que o público preparava, uns para os outros, num apartamento alugado pela produção; e as músicas brasileiras que eu e Candice cantávamos via celular na Sankt Hans Torv (praça) e Elmegade (rua). A segunda parte começava com a abertura do lacre que prendia as páginas de um guia, que o público já tinha recebido na saída do local de encontro (foto). Este continha instruções para que as pessoas continuassem sua jornada pela cidade (elaboramos algumas sugestões domésticas também), dessa vez, sem a presença dos performers. Nesse sentido, acredito que hello!earth deu um passo adiante em sua proposta, uma vez que o público se tornou mais autônomo do que na etapa anterior, ainda minuciosamente controlada através de mp3 players, celulares e um número maior de performers. Agora, a caminhada-performance “apresentada” no Metropolis Festival era apenas uma amostra do que cada pessoa poderia vivenciar posteriormente, em seu próprio ritmo, no horário e dia que lhe fosse mais conveniente. Em suma, apresentamos àquelas pessoas uma outra possibilidade de interação com aquele entorno já tão (aparentemente) conhecido: demos as instruções, um guia inclusive, testamos juntos alguns passos. Uma vez confiantes no que se refere ao funcionamento do “aparato”, cedemos a eles toda a liberdade (e responsabilidade também) de utilização do mesmo. Era como se falássemos: “Agora é com vocês!” O sistema ainda ficou “no ar” por mais quinze dias, o que possibilitou à nossa “platéia” compartilhar com amigos e parentes, reviver experiências além daquelas que não estavam incluídas na primeira parte da caminhada-performance. Nesse meio-tempo, eu já estava embarcado em uma nova aventura, de volta ao Rio: a última residência do
coLABoratório, com o enérgico
Rob List.

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