A intervenção Fulan¿ surge a partir de observações concentradas em Jerusa uma figura das ruas da cidade de Salvador-BA. Uma mulher por volta de 60 anos visivelmente massacrada pela condição social de abandono.
A intervenção procura desenvolver e pesquisar possibilidades de criação a partir da realidade desta figura, que para muitos representaria um estado de loucura, miséria ou exclusão.
O trabalho assume uma mobilidade e uma instabilidade, enquanto estética adotada no processo de criação.
Fulan¿ concentra-se nas situações cotidianas dos centros urbanos, tendo como objeto de investigação Jerusa com seus adornos, cadernos, revistas, xales, vestidos, bloco de anotações, músicas, conversas esquizofrênicas, perambulando e compondo a cena da cidade.
O corpo Fulan¿ constrói uma narrativa através da observação da cena urbana, representando tudo que aparece neste fenômeno.
A dança surge no trânsito entre a rua e a criação artística, movendo uma ação dentro do espaço público, considerando que este fornece elementos para composição de uma cena crítica.
Caos, turbulência, incerteza e confusão social são elementos expostos pela obra móvel, construída simultaneamente de acordo com as sensoriais causas urbanas visíveis ao longo do percurso de Fulan¿.