Oi gente !
Depois do nosso primeiro dia com a Tamara, e durante nossa conversa de 5 horas, pensei sobre algo que descobri durante uns ensaios e que tem a ver com coisas que o Cristian começou a desenvolver com a gente. É que durante meus ensaios eu acabei precisando criar uma maneira de trabalhar sobre coisas que já vinha trabalhando e que pode ser útil para alguém (ou não) mas que não deixa de ser um desdobramento (para usar uma palavra bem conhecida) da primeira residência. Estou chamando de um procedimento (para usar outra palavra conhecida) e que chamei de pensar ao contrário. Isso porque eu me deparei com alguns problemas quando fui trabalhar em cima de coisas pré-existentes (dados talvez? – já colocando a Tamara na roda). O problema de trabalhar com um material desta natureza é que muitas vezes eles parecem não se encontrar de jeito nenhum, tive muita dificuldade em fazer links entre os “dados” que já existiam. Então comecei a usar este procedimento de pensar ao contrário (muito confuso?). Funcionou mais ou menos assim: eu tinha uma partitura de movimento que não se encaixava com o que estava antes nem depois. Então decidi fazer a partitura ao contrário e deu super certo. Mas pensar ao contrário não é simplismente fazer ao contrário. Em outro momento eu tinha dúvidas sobre qual objeto usar. Estava usando as já conhecidas cadeiras mas não estava encontrando sentido. Então, ao invés de buscar um objeto que fizesse sentido (o que havia se tornado uma espécie de obsessão), pensei ao contrário e busquei algo que não fizesse sentido algum, como saco de farinhas. Funcionou! Bom, minha questão agora é: pensar AO contrário ou pensar O contrário??? Fica uma pergunta... Só para terminar, uma frase do Manoel de Barros: “Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.”
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