# O HUMANISMO OU A BARBÁRIE #


Gustavo, 18 anos, estudante.
A mais próxima e última vítima dessa violência estúpida que ceifa vidas de jovens brasileiros como este, que não terá a oportunidade de saber e usufruir o lado bom do ato de viver em detrimento ao círculo vicioso que conhecemos, que é o de resolver os problemas nossos de cada dia, criando outros.
Diante do número 30 da rua José Ramos Cruz na comunidade denominada São Joaquim em Coração de Jesus no norte do estado de Minas Gerais, está o corpo estendido e perfurado com uma faca e muitas pessoas observando e especulando sobre esta barbárie, difícil de ser entendida, já que estamos encurralados como animais em compasso de espera e incapazes de quebrarmos os grilhões de nosso espírito e assim tratarmos do sofrimento e injustiça num contexto amplamente inserido na história, na cultura e na realidade sócio-econômica.
O próximo assassinato poderá ter respingos de sangue nas mãos de todos se nada for feito agora.
A cadeia alimentar faz com que os animais irracionais matem outros para saciar a fome. Processo natural.
O que dizer dos homens e mulheres dotados da razão e sangue frio, digo sangue de barata, e perdoe-me as inocentes baratas; tiram a vida dos outros homens e mulheres, colocando-os em situação pior, já que os motivos quase sempre são idiotas, fúteis ou passíveis de solução mediante a compreensão, uma boa conversa e até mesmo o de aproveitar a oportunidade para dissipar a moral cristã destruidora de famílias, do caráter e da paz?
Finalmente, e acima de tudo, o humanismo é nossa única barreira – eu até diria a última- contra as práticas desumanas e as injustiças que desfiguram a história da humanidade.




São Joaquim, 22 de dezembro de 2008, 03h15m

marber ramos