Editorial sobre a I Conferencia Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro


Finalizamos, no dia 25 de Outubro de 2009, a I Conferencia Municipal de Cultura da cidade do Rio de Janeiro. Foi um processo trabalhoso, complexo, exaustivo, porém, vitorioso! E inovador em vários aspectos, por ser a primeira vez que o Município do Rio faz uma conferencia de cultura, pelo encontro de todas as linguagens e por essas mesmas terem que exercer a difícil tarefa de, democraticamente, se colocarem, mostrarem as suas representatividades, elegerem seus representantes, conhecerem umas as outras e o mais difícil, se enxergarem todas como partes, sendo uma não menos importante que a outra, da cultura da nossa cidade.
E todas essas linguagens, de uma forma ou de outra, encontraram seus pares e se fizeram presentes, assumindo a responsabilidade perante o poder público e a sociedade civil, de construírem uma nova formatação para a política cultural do país.
Para a Dança, o nosso segmento, podemos considerar que este momento representou um marco na sua trajetória. O movimento deflagrado por conta da preparação para a Conferencia, gerou uma renovação de atitude da nossa categoria. Percebemos que essa seria uma nova e única oportunidade para que a Dança mostrasse o quanto é capaz de se organizar, e o quão competente é para discutir e elaborar propostas e idéias. De posse de um material elaborado anteriormente, (o Plano Nacional da Dança), documento construído ao longo de 5 anos, pelas Câmaras Setoriais de Dança, documento este que forneceu os subsídios necessários para mergulharmos no estudo dos eixos propostos pelo MINC, para a construção do Plano Nacional de Cultura. Iniciamos um período de reuniões setoriais, num esforço conjunto, onde também enriquecemos, com novas propostas, o documento já existente. Retiramos, durante as nossas setoriais, os nomes que levaríamos como delegados para a Conferencia Municipal, garantindo o compromisso de todos com o documento agora intitulado como o Plano da Dança Carioca.
Talvez, pela primeira vez em muitos anos, estivemos realmente juntos, profissionais da dança, instituições como o Centro Coreográfico do Rio, Funarte, Associações, Fóruns e o Sindicato dos Profissionais da Dança do Rio de Janeiro. Nestes momentos, éramos todos da Dança e pela Dança.
Segundo avaliação de representantes do MINC, da Prefeitura do Rio e observadores, a Dança sem dúvida foi o segmento cultural que se mostrou melhor preparado para a Conferencia, aquele que apresentou propostas mais concretas e elaboradas. Tanto que prestamos auxílio a outros segmentos, que nos acompanhavam em nossas propostas e encaminhamentos. Foi dito, em viva voz pela própria Secretária de Cultura, Sra. Jandira Feghali, o quanto a Dança foi ativa e importante para o sucesso da Conferencia.
Isso nos enche de orgulho e sentimos uma enorme satisfação de saber que estamos ultrapassando uma etapa de isolacionismo e que essa experiência nos mostrou o quanto podemos quando estamos juntos. Ainda somos poucos, mas quantitativamente representamos muito, e que aqueles colegas que não estiveram neste momento, que venham a partir de agora, pois este foi só o começo de todo o trabalho que ainda esta por vir.
Nossa colega, Carmem Luz, diretora do Centro Coreográfico, colocou muito bem, que “a Dança possui suas casas na nossa cidade, o Centro Coreográfico e o SPDRJ são umas delas”, então vamos nos abtuar a usá-las! Elas estarão sempre com suas portas abertas para a categoria.
Não me fiz Delegada Municipal sozinha, e não estarei Delegada sozinha, foi um trabalho da classe e para a classe. Assumiremos juntos esta tarefa!
Vamos agora rumo a Conferencia Estadual, a Dança estará presente nos Municípios onde conseguiu representação. Assumo o compromisso de defender o nosso documento, e para isso continuo contando com a parceria, que sei que terei, de todos os nossos colegas.

Nos veremos em breve, um beijo grande a todos!
Denise Acquarone.


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